Dia 4 de junho – “Meeting” final
A manhã foi dedicada à realização
do relatório que apresentamos mais tarde na reunião final com a equipa da
Tribeka, que acompanha o nosso projeto aqui em Espanha.
Na sessão de trabalho, fizemos um
balanço da nossa semana que foi passada a acompanhar os alunos e a fazer as vistas aos
locais propostos pela agência Erasmus + em Espanha.
Tratamos de alguns problemas técnicos, a nível informático, que os alunos nos foram apresentando, para que na semana que se vai seguir o trabalho seja mais produtivo.
Após a preparação do nosso regresso, encontramo-nos com os alunos, no local do costume - o "Meet Point" - não para nos despedirmos, pois continuaremos a acompanhá-los no grupo, embora à "distância de um clique", mas para assistir ao jogo das seleções portuguesa e espanhola. Que coincidência!
Depois
de uma longa demanda por um lugar com televisão, porque as retiraram de certos
espaços e assim evitam concentração de pessoas, um dos nossos alunos correu
para o grupo, bastante contente, dizendo: “um bacano, disse-nos para irmos ao bar
Sherlock, que lá tem um ecrã gigante”. E tinha. Ocupamos o espaço interior, praticamente
só nosso, com distanciamento e máscaras. No final o barmen disse-me “Que grupo tan guapo! ¡Y siempre de mascarilla! ¿Donde
san?”. “De Portugal", respondi. Então, senhora que nos serviu
replicou em português do Brasil: “Bem me parecia que ouvi falar a minha língua!
Encantada.”
Foi um momento especial, espetacular, indescritível, emocionante, para nós que os deixamos e para eles que se habituaram à nossa presença, conheceram-nos melhor, ganharam confiança para nos colocarem questões, desabafarem, mas sobretudo rirem connosco. Marcaram todos presença porque são assim, um grupo unido e muito querido. A viagem, que fizemos juntos de autocarro até Málaga, serviu para nos tornarmos mais cúmplices, nas paragens, no interior, nas conversas ao micro, nos momentos de relaxamento.
Também foi o momento da reflexão
sobre a nossa presença junto deles, bem como o ponto da situação da semana, em que se ambientaram à nova realidade, em todos os aspetos, sobretudo
os de trabalho e gastronómicos.
Para nós, e para os nossos jovens, os dias parecem ser uma eternidade, porque, na verdade, levantamo-nos uma hora mais cedo do que em Portugal e deitamo-nos sempre um pouco mais tarde. Por um lado, há sempre algo mais para fazer, por outro, o clima desta região é tão agradável que seria impossível não desfrutar das vistas noturnas que são maravilhosas.
Partimos de coração cheio e deixamo-los com outro grupo de professoras que os vão igualmente encantar . O mais importante é que se sintam acompanhados, por quem cá está, mas também por quem os segue de longe, as famílias e as responsáveis do projeto.
Partimos no dia 5, numa viagem
entre Málaga e Porto, com escala em Lisboa. O avião, pequenino, que nos levou a Lisboa
fez-me lembrar as minhas viagens no coração de Moçambique. E poder entrar de
novo num avião foi uma sensação estranha e ao mesmo tempo de enorme alegria: poder viajar!
“Partimos, vamos, somos”, porque “Pelo
sonho é que vamos”, como escrevia Sebastião da Gama.
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