21 de junho - "Partimos, vamos, somos"

 

        Chegamos ao último dia e um misto de sentimentos atravessa o nosso ser, toma conta da nossa cabeça e do nosso coração, inquieta-nos e tranquiliza-nos. Nem sempre é fácil descrever o turbilhão de emoções que sentimos neste momento.

O primeiro, sem dúvida, prende-se com a noção do dever cumprido. Nesta tarefa difícil de acompanhamento de 19 estudantes, fora do seu ambiente natural e da sua zona de conforto, é um desafio. Porque pode ser uma experiência fantástica e enriquecedora, como também se pode transformar numa experiência traumatizante e muito marcante, negativamente, para todos.

Sempre foi nosso objetivo e forma de estar, ter uma proximidade constante com os alunos, muitas vezes não física, porque é de todo impossível estar em todo o lado ao mesmo tempo, mas com as novas tecnologias conseguimos chegar a todos à distância de um clique. Estivemos 24 horas por dia, durante 10 dias, disponíveis para acorrer a tudo a que fôssemos solicitados e  os alunos sabiam que podiam contar connosco para o que precisassem.

O segundo sentimento, que nos ocorre, é de algum cansaço físico e psicológico, porque também nos ausentamos da nossa zona de conforto para abraçar este desafio e deixamos para segundo plano os nossos familiares mais próximos, obrigando-os a abraçarem também esta causa, assim como nós. Acresce a esse cansaço a responsabilidade que recai sobre nós, de tomar conta e zelar para que nada falte a estes 19 jovens.

O terceiro sentimento é o de regressar a casa muito mais ricos do que quando aqui chegamos. Estas experiências enriquecem-nos muito, porque nos obrigam a entrar numa cultura diferente, a tomar conhecimento de outras formas de trabalho e, na nossa profissão, isso é muito importante. O facto de termos 19 alunos à nossa responsabilidade, também nos dá aquela destreza mental e de trabalho, importantes para as normais atividades de professores. Na nossa opinião, aprendemos a descomplicar.

O último sentimento que nos invade o coração prende-se com os laços de amizade, companheirismo e respeito que são criados nos alunos para com os seus colegas/amigos alunos e a relação que fica entre alunos e os professores envolvidos. Tanto os alunos como os professores, como se encontram fora, num contexto que não é o deles, têm de aprender a abrir a mente e o coração, quebrando-se dessa forma, algumas barreiras, o que só com o contacto em ambiente escolar, dificilmente aconteceria.

Hoje o dia foi de folga para os professores, que aproveitaram para uma ida à praia, numa cidade que prima pela simpatia e facilidade de adaptação, que transmite a quem aqui vive, trabalha ou passa. Sem dúvida uma ótima escolha para realização de um programa Erasmus + de longa duração.

No final do dia, despedimo-nos dos alunos com um "Até já", porque o programa entrou na sua última semana, com o desejo que tudo corra pelo melhor e aproveitem esta experiência única ao máximo e com muita responsabilidade.


Nos vemos pronto!!!





Professores: Mário Matos e Vítor Amorim

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