Dia 29 de maio - a viagem

Partida e chegada

    Foram cerca de 11 horas de uma viagem que começou pelas seis da manhã, na escola.



    De autocarro, em direção a Málaga, no sul de Espanha, o nosso destino e o de mais 19 alunos dos cursos de TD, TG, TAI e TGPSI para um mês de formação/estágio em empresas espanholas.


    Pelo caminho, depois de deixarmos o Alentejo, passamos por Elvas, com Badajoz à vista, onde não vimos nenhum contrabandista, porque agora todos usamos máscara e não se sabe bem quem é quem.


    No autocarro, o clima era de animação, mas sempre com moderação e a devida proteção, porque a juventude respeita as regras. No exterior, parece que fazia muito calor, ou não sentíssemos uma enorme diferença a cada paragem técnica.



     Depois do almoço, numa estação de serviço, em regime de piquenique com rissóis, panados batatas fritas, fruta, sandes de presunto ou chouriço e ainda bolinhos de Águeda, para adoçar a nossa longa jornada, seguimos a viagem, sempre animada.



    Não houve muito tempo para a “siesta” porque apesar de cansados estávamos animados, com os quilómetros bem contados (mais de 700!). Bem, alguns foram descansado as pestanas, outros jogaram cartas, numa mesa improvisada com mochilas e capas, já que não tinham mais nada. Um pequeno desvio na nossa jornada, para uma surpresa bem engraçada. Era Sevilha, uma maravilha! Fizemos um tour nas margens do rio Guadalquivir e apreciamos as vistas de cortar a respiração. Não saímos do autocarro, porque lá fora estavam mais de 40ºC!






    Mais um pouco e depois das montanhas, deparamo-nos com o azul do Mediterrâneo, assim, num momento quase instantâneo.

    Surpresa geral! Ah! Estava a chegar o momento aguardado por todos: o encontro com as famílias de acolhimento.




    Feitas as apresentações, entregues os nossos jovens a cada família, chegamos ao nosso alojamento que, para nosso contentamento, ficava no centro da cidade portuária e balnear que tem muito para visitar.

    Mas já a noite ia avançada. Não tivemos tempo para nada, a não ser para um reconhecimento do local que iria ser o ponto de encontro do dia seguinte.

    E como resistir à beleza da “Calle de los Larios”, à sua iluminação, muita animação e gente que passava, passeando na noite agradável, mas sempre respeitando as normas de segurança. Todos tinham máscara e, embora as esplanadas estivessem com gente, não se notava confusão.


    O dia foi longo e com muitas emoções, muitas fotos que os nossos alunos partilhavam das famílias com quem estavam e do que, entretanto, jantavam.

    E assim, começou a nossa viagem, a outra, a das aprendizagens que todos esperamos fazer, uns uma semana, os professores, e outros um mês, os nossos alunos, num período marcado por muitas diferenças daquilo a que estávamos habituados, numa viagem interior que nos fez percorrer caminhos que não imaginávamos e nos impediu de “viajar, perder países”.

    Por isso, deixamos este poema, que escolhemos para encerrar este dia.

 

Viajar es marcharse de casa,
es dejar los amigos
es intentar volar
volar conociendo otras ramas
recorriendo caminos
es intentar cambiar.
 
Viajar es vestirse de loco
es decir “no me importa”
es querer regresar.
Regresar valorando lo poco
saboreando una copa,
es desear empezar.
 
Viajar es sentirse poeta,
es escribir una carta,
es querer abrazar.
Abrazar al llegar a una puerta
añorando la calma
es dejarse besar.
 
Viajar es volverse mundano
es conocer otra gente
es volver a empezar.
Empezar extendiendo la mano,
aprendiendo del fuerte,
es sentir soledad.
 
Viajar es marcharse de casa,
es vestirse de loco
diciendo todo y nada con una postal,
Es dormir en otra cama,
sentir que el tiempo es corto,
viajar es regresar.
 

Gabriel García Márquez


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