Dia 30 de maio - a receção e o “city tour”


        Pelas 10 horas e 30 minutos, o grupo começava a reunir-se junto da Calle Larios, uma das ruas sem trânsito das mais bonitas em pleno centro histórico de Málaga. Pareceu-nos estar em plena avenida de Santa Catarina, no Porto, embora mais ampla e repleta de candeeiros com vasos floridos. Os nossos "meninos" iam chegando, acompanhados de um elemento das famílias de acolhimento para que não se perdessem. Era o seu primeiro dia em Málaga. E o nosso também.


Como tivemos tempo, pela manhã, fizemos uma caminhada pelo parque da cidade, bem antigo, uma espécie de jardim botânico, com muitas pessoas, de todas as idades, fazendo desporto ou passeando o cão, com um ar descontraído. O parque tem estátuas de deuses e ninfas, recantos muito bonitos e uma variedade enorme de vegetação e papagaios ou “catorras” como se diz por cá, que deixavam no ar, e nos nossos ouvidos, um canto estridente.


Pelas onze horas, tivemos a nossa primeira reunião – o acolhimento – no escritório da Tribeka, a organização de acolhimento aos grupos Erasmus. Neste momento, analisaram-se os documentos importantes para o desenvolvimento e o envolvimento de cada participante no projeto. Foram distribuídos os grupos de trabalho, dadas a conhecer as calendarizações das apresentações dos formandos, dos monitores e dos locais de trabalho. Houve interações muito importantes, com perguntas e respostas dos alunos e da entidade acolhedora. O grupo mostrou-se bastante participativo, apesar do calor.

Seguiu-se uma visita guiada pelo contro histórico da cidade, a pé, com muita animação, algum calor e nenhuma reclamação, apesar de, para nós ser hora de almoço, o que mostra que os nossos jovens se vão adaptando aos hábitos do país de acolhimento.

    Começaram por uma explicação acerca do nome Hispania ou shphanim, o lugar dos coelhos, para os fenícios. 
Depois passamos por uma igreja bastante interessante, a de S. João Batista. Embrenhámo-nos por ruas estreitinhas de belos edifícios, fazendo-nos lembrar cidades como Nápoles ou Roma. Descobrimos algumas curiosidades nas paredes, como esta, sobre a quantidade de café no copo, na chávena...




igreja de São João Batista - exterior

     Um dos pontos altos da nossa visita foi a catedral malaguesa ou “la Manquita”. Poderíamos deixar à curiosidade dos nossos leitores a descoberta deste nome tão curioso. No entanto, achamos tão engraçado que vamos explicar que a catedral é “manquita” ou seja maneta, porque lhe falta uma das torres, dado que o dinheiro foi usado na guerra da sucessão em vez da conclusão do templo. A catedral pode ser vista de vários ângulos e é de facto um monumento imponente. Bem junto, e na mesma praça, está o paço episcopal, um edifício muito interessante.

Catedral de Málaga  - La manquita (de longe vê-se bem por que 
lhe deram este "nome")



Catedral de Málaga  - perspetiva

Catedral de Málaga  - parte norte
Pormenor de uma das portas laterais de "La Manquita"



                                                                     Paço Episcopal praça da Catedral de  Málaga   

Seguimos para outro lugar muito rico arquitetonicamente, Alcazaba, ou Alcáçova, uma antiga fortificação, construída entre os séculos X e XV, situada num promontório rodeado de verdura, mas muito bem preservada. Ao lado situam-se os vestígios de um teatro romano do século I aC, que está a ser restaurado. Muito perto encontramos a casa em que nasceu o pintor Pablo Picasso e ainda uma das casas onde reside o ator António Banderas.

                                                           Alcazaba ou fortificação 

                                       
Teatro Romano- Ruínas
             
City tour - grupo

Trata-se, pois de uma cidade recheada de bons locais que nos convidam à visita e a bons passeios. Os nossos jovens que trouxeram lanche fizeram um piquenique conjunto e depois aproveitaram a tarde para visitar alguns locais culturais, como o Centro Pompidou, que ao domingo são gratuitos ou ainda ir até à praia da Malagueta sobejamente conhecida pelas suas letras enormes no meio da praia. Quanto a nós, aproveitamos para dar um passeio pela zona do porto de Málaga, do farol, ao final do dia, percorrendo cerca de 11 Km.

       


Centro Pompidou de Málaga            

Quanto a nós, aproveitamos para dar um passeio pela zona do porto de Málaga, do farol, ao final do dia, percorrendo cerca de 11 Km.



Vista da Alcazaba/fortaleza de Gibralfaro

O dia já ia longo, mas ainda estivemos na conversa com os alunos no WhatsApp, para termos um feedback daquilo que sentiam ao fim de dois dias emocionantes e um Meet com um dos nossos professores que estava a preparar o vídeo dos momentos inicias.

“Valeu a pena? Tudo vale a pena/Quando a alma não é pequena” (Fernando Pessoa) sobretudo quando o pôr do sol nos brinda com sua companhia.



Professoras: Maria José Silva e Margarida Cruz


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